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Canalização da água do Farol de Santa Marta para toda Ilha de Laguna gera revolta na comunidade.
Fotos: Celso Martins
Em reunião realizada ontem, 10 de julho, às 17h00min, no Salão Paroquial do Farol de Santa Marta, foi debatido o futuro da água que abastece a comunidade.
O encontro reuniu cerca de 200 pessoas para um debate sobre a água que abastece a comunidade do Farol e a canalização desta para toda Ilha de Laguna.
Desde o início do mês, a CASAN está canalizando a água sem estudos adequados que garantam o futuro do abastecimento da comunidade.
O fato foi levado a FATMA e ao Ministério Público Federal pela Associação de Moradores do Farol de Santa Marta e pela ONG Rasgamar através do Oficio 011-2010 de 06.07, exigindo a delimitação da área de recarga do aqüífero, a vazão e as medidas de proteção.
Segundo Laudo técnico realizado no local, a fonte de captação do Farol de Santa Marta é o único bolsão de água doce da Ilha e o seu uso tem limitações, caso isso não ocorra o aqüífero sofre sério risco de salinização.
Outro estudo anexo ao ofício mostra o mapeamento feito em 2006 no EIA/RIMA da carcinicultura, pela Geominer Consultores de Mineração e Meio Ambiente, que delimita o aqüífero entre o Farol de Santa Marta e a Praia da Ilhota.
A preocupação da comunidade é que justo nessa área estão previstos empreendimentos, tais como: loteamentos, que juntos totalizam mais de 5000 lotes, a propostas do Parque Eólico Santa Marta sobre o campo de dunas, que se implantados, comprometem o futuro da região.
A reunião foi inflamada e teve momentos de forte tensão.
O representante da CASAN, o gerente regional, Romário José Perdoná, alegou que o órgão estatal tem os estudos e garante o abastecimento, mas não convenceu a comunidade.
Segundo ele, a CASAN usa cerca de 30% da água no pico do verão e a distribuição para toda Ilha chegaria a 59% que, para alguns intendentes já é o limite, pois o aqüífero é superficial e está localizado entre o mar e as Lagoas da Cigana e de Santa Marta.
O representante da CASAN alerta a população que a área tem que ser preservada, pois qualquer ocupação do local comprometerá o abastecimento.
A comunidade apresentou ao Plano Diretor Participativo, que está em andamento, a proposta de criação do Parque Natural e Arqueológico Municipal do Cabo de Santa Marta a qual, já teve parecer técnico favorável da FATMA e Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Laguna.
O próximo passo será uma Audiência Pública no Farol de Santa Marta.
Muitos moradores do Farol de Santa Marta se manifestaram e deixaram claro a sua revolta e a contrariedade da distribuição da água antes dos estudos necessários e de medidas de proteção.
Segundo o presidente da Rasgamar, João Batista Andrade, o que está previsto para a Ilha de Laguna após o asfaltamento da Rodovia SC-100 é catastrófico e é necessária uma discussão pública na comunidade, apontando a vocação turística e o futuro da água.
Áreas públicas estão sendo privatizadas, loteamentos embargados continuam sendo vendidos, a especulação imobiliária negociando áreas de preservação permanente, o tráfego de veículos indiscriminado nas praias, dunas e sítios arqueológicos e agora o futuro da água ameaçado.
Nesta semana uma comissão do Farol de Santa Marta solicitará uma audiência no Ministério Público Federal para pedir o embargo imediato da canalização.
Com o objetivo de mostrar o que está acontecendo à comunidade abriu um blog: sosfaroldesantamarta.blogspot.com.
O Jornalista e historiador Celso Martins, autor do livro “Farol de Santa Marta, A Esquina do Atlântico” veio de Florianópolis exclusivamente para cobrir a reunião comunitária.
O Prefeito de Laguna, Célio Antônio, foi convidado, mas não compareceu ao encontro.
Atenciosamente,
ONG-Rasgamar – Na Defesa da Natureza
Parabéns pelo trabalho que realizam em defesa do Farol de Santa Marta. Nossas paginas estão abertas para reverberar as manifestações deste Movimento RasgaMar.
ResponderExcluirSaudações ambientalistas!
Júlio Wandam
Os Verdes de Tapes/RS