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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Patrimônio Natural e Histórico Cultural do Cabo de Santa Marta


Tráfego de veículos nas praias. Em pleno ano de 2011?


A ameaça do tráfego de veículos sobre bens protegidos no Farol de Santa Marta e região já é um problema contante e está se agravando ano a ano.

O aumento desta atividade predátória está causando danos irreparáveis ao patrimônio Natural e histórico-cultural da região.

Carros, quadriciclos, 4x4, motos, moto cross.... rasgam dunas e sambaquis, matam a vegetação, impedem que crianças e suas famílias desfrutem das praias com sossego.

Pelo Decreto nº. 5.300/2004, Art. 18. A instalação de equipamento e uso de veículos automotores, em dunas móveis, ficarão sujeitos ao prévio licenciamento ambiental, que deverá considerar os efeitos dessas obras ou atividades sobre a dinâmica do sistema dunar, bem como à autorização da Secretaria do Patrimônio da União do Planejamento, Orçamento e Gestão quanto à utilização da área de bem de uso comum do povo.

Agora estão vindo em expedições.

A empresa Trip Tur de Florianópolis , já esteve no Farol de Santa Marta no início de Janeiro.

E estão novamente agendados para uma "trip" na região. O link abaixo dá acesso a página, onde eles vendem o patrimônio natural: "GRANDES PRAIAS E DUNAS, TRILHAS POR LUGARES QUASE DESERTOS QUE POUCOS TEM O PRIVILEGIO DE CONHECER", tudo área de preservação permanete.

Fotos no Site http://www.triptur.com.br/




*O núcleo de polícia comunitária do Farol de Santa Marta, em ação a favor de um tratamento diferenciado para a região, iniciou um trabalho conjunto com a Polícia Militar e Polícia Ambiental para educação dos visitantes, sinalização e fiscalização.

Carolina G da Silva
Núcleo de Polícia Comunitária do Farol de Santa Marta
Rasgamar Na defesa da Natureza



segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Caderno de Anotações do Sabiá

Ilustração Rasgamar

Caderno de anotações do “Seu Mirzo” o popular “Sabiá”, pescador do Farol de Santa Marta*


"O Farol de Santa Marta foi construído de areia, barro e óleo de baleia. Eliziário Patrício trabalhou na construção de pedreiro, que no dia 31 de janeiro de 1891 acendeu. Nesse mesmo dia o senhor Chico André nasceu.

Eliziário Patrício voltou ao Farol no ano de 1909. Vieram com ele doze famílias de pescadores. Fundou a comunidade. Trouxe uma canoa com o nome de Branca Rosa.

Dia quatro de maio deu um lance com 1000 tainhas. Ele velejou de Florianópolis até Tramandaí. Recebeu o nome de velho lobo do mar.

Foram os seguintes pescadores:

João Patrício, Manoel Teodoro, Malaquias Valério, Francisco André, Levino Teodoro, Manoel Bernardo, Manoel Rita, Izalgé Martins, José Gomes, Santos Miranda, Miguel do Morro, Arno Ramos, Bernardo Batista do Carmo e Manoel Cardoso.

Viviam em rancho de palha, as louças que usavam era de barro, cama feita de bambu, colchão de palha de milho, luz = lamparina a querosene, água de poços e o peixe era transportado em lombo de cavalo.

Manoel Cardoso não quis morar com os companheiros. Fez um rancho de palha na praia do sul. Por isso até hoje ficou conhecida por Praia do Cardoso.

Ao passar dos anos Timótio de Oliveira trouxe uma canoa com o nome de Iraci.

Luiz Camila trouxe duas canoas com o nome de Santa Marta e Madalena.

Manoel Prudêncio duas canoas com o nome Cedenir e Veneza

Nos anos de 1970 tinha no Farol 30 canoas para a pesca de tainha.

Em 1939, Eliziário Patrício trouxe a primeira baleeira para pesca do caceio. Em 1946 tinha 33 baleeira vindo de Ingleses, Barra da Lagoa, Garopaba do Norte, Canto do Ganchos e Imbituba.

Em 1936 a Marinha construiu a estrada que liga a Prainha a Praia Grande. Em 1972 foi construída a estrada do Farol a Cigana. O pioneiro Manoel Zezé, Gerônimo Miranda, João Eufrázio, Adílio Leonardo e Eleotério da Silva com a ajuda de todos os pescadores da comunidade.

Em 1936 naufragou na Ilhota do Cardoso o navio holandês por nome de Aldaby. Com a madeira do navio o senhor Guedes construiu a primeira escola do Farol, no Cardoso. A primeira professora foi a Dona Lucilia.

Em 6 de abril de 1955, ficou construída a escola Santa Marta. Foi inaugurada em 19 de junho do mesmo ano. Responsável: Manoel Pinto de Oliveira, faroleiro de “classe F”.

Em 1940 foi construída a capela de Santa Marta. Os primeiros festeiros foram Zezé Peppeler, Pedro Rabelo, Aldo Oliveira e Sebastião Peixoto.

A primeira a batizar foi a menina Maria da Glória, filha de Guistaro e Galdéia Ramos.

11 de novembro de 1978 foi inaugurada a energia da localidade do Farol. Nesta noite tinha a seguinte casa: Cilirio Rabelo, João Ferreira, João Laureano, Sebastião Peixoto, Aldo Oliveira e João Gancheiro.

Dia 26 de setembro de 1980 colocaram 8 lâmpadas nos postes da Prainha a pedido de João Alípio.

Dia 1 de outubro de 1981 a Repartição do Farol era por meio de motor. Foi ligada a luz da cooperativa.

No ano que o Farol completou cem anos o prefeito de Laguna Nelson Abraham Neto mandou colocar lâmpada em todos os postes. Farol 100 anos de luz.

O Salão Paroquial começou no dia 5 de junho 1983. O primeiro baile foi no dia 18 e 19 de fevereiro de 1984, animado por conjunto de Zezinho Lopes de Tubarão. A diretoria era Antonio Alípio, Sebastião Peixoto, Valdeci dos Santos e Divo Limas.

Dia 8 de outubro de 1987 colocaram a torre do telefone. Dia 20 de outubro de 1988 o primeiro a telefonar foi o senhor José Marques da Silva para Matelândia, estado do Paraná. João Laureano para a firma Lago Pesca de Laguna.

Dia 16 de janeiro de 1993 o Hotel Santa Marta abriu as portas para funcionamento.

A capela de São Pedro, a primeira festa foi 2 de abril de 1994. Os festeiros e a diretoria: João Andrade Filho, João Domingos e Valdeci dos Santos.

O calçamento foi feito dia 13 de setembro de 1997. Dia 22 de maio de 1996, começaram. Terminaram no dia 13 de dezembro de 1997. O governador Paulo Afonso teve presente dia 18.12.1997 para inauguração.

No dia 9 de novembro de 1998 começaram a colocar o encanamento da água no Farol. Ligaram no dia 23 de janeiro de 2002.

Meu nome é Ademir Jacinto (Sabiá)

Nasci dia 8 de janeiro de 1929 na Passagem da Barra. Vim para o Farol no dia 27 de abril do mesmo ano."

*Texto segue anotações originais. Divulgação autorizada com exclusividade a Fundação Rasgamar.